COVO

 
Esta espécie de armadilha, normalmente feita artesanalmente para capturar peixes pode ser fabricada de arame, cipó, bambu ou taquara, e pode ter diversas formas: redondos, em forma de coração, quadrados ou cônicos. Atualmente é proibida a pesca com este tipo de logrador. Nas reservas indígenas e artesanatos, além de cestos e balaios também se pode encontrar covos feitos com taquara ou cipó, mas somente para uso decorativo, pois a pesca com eles é proibida e pode trazer aborrecimento se o pescador for pego pela fiscalização. Nos velhos tempos, quando o Rio Iguaçu ainda tinha vida, não era proibida esta modalidade de pesca, então o covo era muito usado para capturar principalmente bagres e mandis. A melhor época para se armar covo era na primavera porque os peixes estavam saindo do período de hibernação e entrando no período do fenômeno piracema, estavam com muita fome, então era fácil capturar todo o cardume e isso atrapalhava a reprodução da espécie. Hoje, nos rios, é proibida qualquer modalidade de pesca durante o período da piracema. O engodo (isca) usado para colocar dentro do covo podia ser milho verde, polenta, banana, mas sem duvida a melhor e mais usada era favos de abelhas e vespas, principalmente a lojeira. Normalmente estas iscas eram sapecadas no fogo para darem um cheiro característico que atraia o cardume para dentro da armadilha. Naquela época, aqui em Araucária, na localidade de Palmital tinha o Sr Francisco Nunes de Andrade, também conhecido como Xico Boava, era um exímio fabricante de covos artesanal. Meu pai, proprietário da Casa Wasseko, no Bairro Estação comprava os covos do Sr Xico Boava para revender aos seus fregueses pescadores. O Sr. Antônio Burkoski, morador do bairro, adquiria os covos deixados pelo Sr Xico, ia armar no Rio Iguaçu, na localidade do Passa-Una, onde seu irmão tinha um olaria. Três dias após ter armado os covos ele ia buscar os peixes. Eu me lembro de que quando ele retornava da pescaria, parava sua carroça com duas barricas cheias de água e peixes ainda vivos, na frente do armazém do meu pai. Enquanto o Sr Antônio estava tomando alguns tragos de pinga, falando sobre a pescaria dentro do armazém, lá fora seu filho Isidoro vendia o produto da pesca, usando uma velha panela como medida.
Os covos cônicos são os mais usados. Eles tem uma parte chamada de logrador
em um das pontas, por onde o peixe entra e não consegue sair.
 
Esta é a melhor isca. Favos de vespa lojeira depois de sapecados no fogo são colocadas
dentro do covo para atrair os peixes. 
 
 

Comentários

  1. Relembrar esses tempos não tem $$ que pague...o difícil era tirar a lojeira, depois era só esperar e a pescada tava feita..Saudades do meu tio Pedro Bonvim que me ensinou a pescar com covo.

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  2. Por favor, onde compro este covo artesanal?
    Estou muito interessada.
    Moro em São Paulo.
    Poderia me ajudar?

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