Devido eu ter herdado dos meus antepassados, principalmente do avô materno e do meu pai o gosto pela caça e pesca eu comprei um terreno que margea o Rio Negro, no município de Antonio Olinto, para junto de meus companheiros realizarmos nossas pescarias. Quanto a caçar como atividade esportiva, deixamos de praticar devido já em 1983, ano em que comprei a propriedade, já estar proibida por lei, também pela nossa conscientização em proteger a fauna que vinha e continua sendo muito agredida pelo uso abusivo e descontrolado de agrotóxicos, desmatamentos e alguns caçadores que ainda teimam em abater animais silvestres. Ainda neste ano eu e mais alguns companheiros demos início na construção de um rancho a uns duzentos metros da barranca do rio para nos abrigarmos durante as pescarias. O rancho tem um quarto com um beliche e uma cama, outro com quatro beliches (chamado de anexo dois ou enfermaria) e um terceiro com uma cama de casal (chamado de suíte presidencial), uma cozinha com fogão a lenha, uma geladeira a gás, mesa com dois bancos e um armário para guardar mantimentos. Para a iluminação usávamos lanterna a gás (liquinho). Do lado de fora foi feito um banheiro com chuveiro de campanha. No sombreado de algumas árvores fizemos uma cobertura com 20 metros quadrados para abrigar uma churrasqueira e uma mesa com bancos fixos no chão de terra batida, uma pia para lavar louça e uma mesa para limpar peixe. Foi cavado um poço com 5 metros de profundidade em terreno pedregoso que produz uma água de excelente qualidade. Aliás, antes de construir, primeiro procuramos o local para perfurar o poço, isso foi feito pelo meu pai, que com a ajuda de uma forquilha verde de pessegueiro localizou o veio d'água que estivesse mais perto da superfície e deu certo, pois além do terreno estar em lugar bem alto e ser pedregoso com cinco metros, o poço ficou relativamente raso. Mais ao lado eu plantei um pomar com mais ou menos oitenta árvores frutíferas de diversas espécies, também ali já existiam muitos pés de frutas nativas como: ingá, guabiroba, ariticu, pitanga, uvaia e outras. Tínhamos no rio dois botes (pequenos barcos de madeira) para pescar rio acima ou abaixo, pois eram poucos os pesqueiros de barranco nesta altura do Rio Negro, mas não era poluída em comparação ao Rio Iguaçu que apartir dos anos 70 já estava se tornando impraticável fazer pescarias entre Curitiba e Porto Amazonas. Ainda nos anos sessenta quando pescávamos na região de Araucária, no Rio Iguaçu, podia-se beber da sua água sem precisar fervê-la. A partir de l970, uma vez por ano nós descemos cinco vezes o Rio Iguaçu de Porto Amazonas até São Mateus do Sul, mas nas últimas descidas já havia sinais de poluição, o que nos fez procurar outro lugar para pescar. Foi ai que encontrei em Antonio Olinto às margens do rio que divide os estados do Paraná e Santa Catarina, este terreno.
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