NAVEGANDO PELO RIO IGUAÇU DE PORTO AMAZONAS A SÃO MATEUS DO SUL


Nelson Zampiere e Rogerio Jasiocha logo
abaixo de Porto Amazonas
Como já conhecíamos o trajeto de Araucária à Porto Amazonas navegando até Engenheiro Bley e na sequência percorrendo a pé  até Porto Amazonas (devido à existência das corredeiras do Caiacanga onde algumas delas era impossível descer com bote de madeira por causa do perigo de colidir com pedras expostas ou encobertas pela água existente no leito do rio) resolvemos descer até São Mateus do Sul partindo de Porto Amazonas.
Zygmunt Kujawa, o Zig como é conhecido, marceneiro de mão cheia, fez um bote de madeira com 5 metros de comprimento. Eu,  com meu 13º salário comprei um motor de popa usado e muito antigo por sinal (Envirud 5,4HP ANO 1947). Quando estávamos navegando o motor era abastecido com o barco em movimento para poder percorrer um trajeto maior do que sua autonomia permitia. Uma vez desligado, para fazê-lo pegar novamente não era fácil mas era divertido devido aos palavrões e promessas para ouvir novamente seu ronco.
Jacó Coraiola e Nelson Zampiere
na altura do Peral do Corvo
 As cinco vezes que fizemos este percurso, nosso amigo Emidio Fontana, com seu caminhão Chevrolet modelo Marta Rocha, nos levava de Araucária até Porto Amazonas e em uma data combinada ia nos buscar em São Mateus do Sul. Cada descida desta durava de dez a quinze dias. Quando achávamos um bom lugar para acampar, permanecíamos por uns quatro dias para depois seguir em frente. A preferência pelo local era quando existia uma lagoa ao lado do rio, porque era o ideal para se pescar traira. Na batida (um modo de pescar) e na linha de mão pegávamos muitos e grandes exemplares. Para conservá-las, depois de pousarem por uma noite na salmoura eram secadas ao Sol e fumaça (viravam no dito bacalhau de pobre).
Na primeira vez que descemos, em 1972, eu e o Zig levamos como companheiros Jacó Coraiola e Edgar Mulmann, quando ficamos quinze dias até retornarmos. Usando um papel carbono copiei do mapa do estado do Paraná o percurso tortuoso que faz o Rio Iguaçu e o nome de algumas localidades ribeirinhas. Assim nos informando com quem encontrávamos na beira do rio, tínhamos noção em que altura estávamos do percurso a ser percorrido. Passamos por:  Poço dos Ingleses, Peral do Corvo, Porto Sete Palmeiras, Lagoa Dourada, Porto Feliz, Cantagalo, Vila Palmira (nesta tinha uma balsa), Polenta, Warchake, Ligeiro, Sem Sal, Mato Queimado, Meia Lua, Canoeiro, Imbuial e Terra Vermelha. Na época da navegação (1879 a 1950) entre União da Vitoria e Porto Amazonas estas localidades serviam de portos onde os Vapores atracavam para carregarem erva mate, madeira, lenha, charque, couro e traziam querosene, sal, tecidos, bebidas e quinquilharias. Um dos lugares que mais nos chamou atenção foi o Ligeiro, onde tem a foz do Rio Passa Dois e uma barranceira com um gramadão de rara beleza. Neste local fizemos amizade com o ribeirinho Luiz Alberto Gelenski, lugar este em que voltamos por terra muitas vezes para pescarmos. Inclusive nosso companheiro de pescaria Durvalino Veiga adquiriu uma área de cinco alqueires e construiu uma casa na beira do rio.
Para o acampamento fazíamos a barraca com uma lona (encerado) armada com varas do mato, camas de campanha, algumas panelas, para iluminação eram usadas lanternas a gás, faroletes a pilha e a carbureto. Cerveja era a POLAR, uma das primeiras descartáveis que apareceu na época. Como não tínhamos gelo, era cavado um buraco na sombra das árvores, colocavam-se as garrafas dentro e durante o dia jogava-se água em cima vária vezes, assim a bebida ficava numa excelente temperatura para ser degustada.

Bons tempos aqueles. A água do rio quase não era poluída, tinha fartura de peixe, viam-se muitos bichos como: capivaras, veados, cachorro mão pelada, aves aquáticas como: socó, Martin pescador, marrequinhas, João bobo, garças, batuíras, patos selvagens e outros mais. Os proprietários das terras que margeavam o rio, não se importavam com os acampamentos, pelo contrario, sempre vinham nos visitar. Em uma ocasião ganhamos um cabrito já pronto para o churrasco de um fazendeiro da região. Hoje pesquisando pelo Google nota-se que em muitos lugares o pasto formado e as lavouras encostam-se à beira do rio, inclusive em lugares que chegamos a acampar naquela época.

Hoje se eu encontrar cerveja POLAR vou fazer um buraco em uma sombra do meu jardim, colocá-las dentro, jogar água em cima, esperar ate que peguem aquela temperatura e degustar lembrando nas descidas pelo Rio Iguaçu.
Edgar Mülman fazendo a secagem dos peixes

Em destaque (canto à direita) a cerveja POLAR


Rogério, Jacó e Zig preparando o almoço


Acampamento no Porto Sem Sal

De partida para mais um acampamento

Uma parada para descanso na Balsa do Canoeiro




Comentários

  1. Eu, louco para comprar uma lancha focker 160 com motor de popa de 60 hp de 4 tempo, pelo menos,para navegar de Porto Amazonas a São Mateus do sul, que importância tem a lancha se da pra ir de barco de madeira com motor de 5,4 hp,irei com um barquinho de aluminio com motor de 15hp,porque quem navega encontra todas as respostas.

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  2. Que tempo hem Rogerio? Você não disse que ano. Mas olha que você, o Nelço e o Zig, são três piás. Quanta história pra contar.

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  3. Basílio de Freitas ,Bianco Neuri e Eniel Breda Farofa e Carlinhos navegamos de Palmeira a São Mateus do sul de barco do dia 07 /09 quinta chegamos 09 /09 sábado 2017,mas íamos até União da Vitória mas o rio estáva mto baixo acabamos deixando pra quando o rio tever mais água para concluir o passeio

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