Pescaria no Coxim



A primeira vez que tive oportunidade de pescar no Pantanal Mato-grossense foi em julho de 1980, mais precisamente no inicio do pantanal, Rio Taquari no município de Coxim, norte do Mato grosso do Sul. Ate então eu só ouvia falar e via as fotografias das pescarias realizadas por Djalma Pizzato Fruet e seu irmão Delosmar Pizzato Fruet (o Delos). Já há alguns anos antes eles adquiriram do fazendeiro Arnaldo Campanholo um lote de terreno onde construíram uma casa na beira do Taquari. La eles mantinham dois barcos de alumínio e tudo mais o que fosse preciso para deixar uma casa bem confortável à beira do rio, como: geladeira, freezer, ventiladores e cômodos protegidos com tela para evitar a entrada de mosquitos e tudo mais. A energia elétrica era produzida por um gerador movido a óleo diesel. Eles sempre tinham à disposição moradores da região que serviam como pirangueiros. Estes pegavam e preparavam as iscas a serem usadas, também limpavam os peixes capturados e os acomodavam no freezer. No dia de retornar passava-se pela cidade de Coxim para comprar gelo e acondicionar os peixes em caixas de isopor para conservá-los durante a viagem que durava quase dois dias. Naquela época era permitido a cada pescador que portasse uma licença para pesca amadora, trazer 35 quilos e mais um exemplar independentemente do peso e tamanho. Nesta primeira vez que fui convidado pelo Delos e Djalma, também fizeram parte da equipe o João Skraba, Tito Cantelle e Altamiro Viera Lopes.  Sem conhecer os macetes da pescaria, mas acompanhados e orientados pelos pirangueiros no terceiro dia já tínhamos pescado a cota permitida por lei. Então passamos mais cinco dias observando tudo de lindo que o pantanal nos oferecia: as mais variadas espécies de aves aquáticas, bandos de araras, jacarés, o fenômeno da piracema quando os peixes sobem o rio para desovarem e onde os menores são perseguidos vorazmente pelos maiores. Também se avistava muitos animais silvestres como: veado campeiro, antas, bugios e grandes bandos de macacos. Das varias ocasiões que para la eu voltei, uma única vez não conseguimos pegar peixe. Segundo o pessoal da região comentavam que por estar chovendo demais, a enxurrada trazia para o rio a cinza resultante das queimadas do cerrado que estavam acontecendo, deixando a água muito alcalina e os peixes se “aquietavam”. Mesmo assim não voltamos sem peixes. O Campanholo tinha em sua fazenda um açude onde mantinha os peixes pegos durante o ano e que ele não consumia. Com tarrafas, em pouco tempo os pirangueiros encheram nossas caixas térmicas, e assim nunca voltamos “sapateiros”, como se fala quando vai pescar e não pega nenhum peixe.Obs. As fotos foram tiradas em julho de 1980.                         
Altamiro V. Lopes e Tito Cantelle



Altamiro e Djalma Pizzato Fruet


Delosmar com alguns peixes pescados em apenas uma manhã

Romaldo Selenko e José Adilson Pereira preparando o pintado para uma peixada

Comentários

  1. Rogerio,meus parabens pela iniciativa e lembranca das boas pescarias que faziamos no Coxim, me deixou mais novo e motivado para outras pescarias. Como era bom aquele tempo, assim como foram as pescarias no Iguacu.
    Mais uma vez, parabens. Vou acrescentar materias
    e fotos nas próximas.Um abraco. Geraldo Budziak.

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    1. Ola Geraldo. Realmente é muito gostoso relembrar aquelas pescarias.A gente nem consegui pegar no sono uns tres dias antes esperando ansioso a hora da partida.

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  2. Relembrar estas pecarias não tem $$$ que pague, aquele lugar lá no Coxim na fazenda do Campanholo era abençoado por Deus, tenho saudades também daquele pantanal mato-grossense.

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