MEUS PETS



Quando a minha filha Patrícia estava começando falar, apareceu lá em casa um cachorro “vira lata”, muito bonito e mansinho, e como não tínhamos nenhum animal resolvemos adota-lo e demos a ele o nome de Calú porque a Patrícia o chamava de Culá. Algum tempo depois, quando a diarista vinha em nossa casa, tinha uma cadela preta, que não era dela, mas a seguia sempre quando ela vinha para trabalhar, também resolvemos adota-la e passamos a chama-la de Pedrita devido o desenho animado os Flintstone que a Patrícia assistia na TV. Esta cachorra dormia na área em cima de um tapete e tinha uma gata que dormia em cima dela todas as noites.  Passado alguns anos o Calú sumiu de uma hora para outra e nunca mais tivemos noticias dele. Mas antes do Calú desaparecer ele cruzou com a Pedrita que pariu nove filhotinhos, doamos sete e ficamos com duas cachorrinhas que ficaram órfãs devido a Pedrita ter sido atropelada por um carro.  Alguns meses depois, quando fomos fazer um acampamento nas margens do Rio Iguaçu na localidade do Ligeiro, município da Lapa levamos junto às duas cadelinhas e demos uma de presente para a nossa amiga Mercedes Gelinski que morava naquela local e a batizou com o nome Flor. Neste mesmo dia também acamparam perto de nossa barraca, um pessoal, nossos conhecidos da cidade de Contenda e passaram a noite tocando sanfona e cantando, entre eles o mais animado era um mecânico apelidado de Butuca, que logo pela manhã veio ate o nosso acampamento pedir desculpas pela bagunça e pedir emprestado um Sonrisol ou Sal de Frutas para amenizar a ressaca, e devido a estes acontecimentos bizarros a Patrícia começou a chamar a cachorrinha, com a qual ficamos de Butuca. Os anos foram passando e a Butuca, a cada cio paria de seis a sete filhotes. Nesta época nos morávamos vizinhos do S.R. André Deschrevel no centro de Araucária e os filhotinhos ficavam brincando nos jardins de nossas casas e era grande a procura por adoção, de modo que antes mesmo de desmamarem já estavam reservados para pessoas que sabíamos ser cuidadosas. No quinto ano de vida a Butuca ficou prenhe novamente e desta vez ela resolveu parir fora de casa (talvez este comportamento fosse devido à sua idade). Era um dia no mês de Julho que amanheceu com uma forte geada quando eu vi a Butuca toda suja de terra vermelha e já imaginei oque tinha acontecido, fui até o quintal do SR André, lá encontrei no meio de uma plantação de cebolas um buraco aberto pela Butuca com seus filhotinhos mortos no meio do barro gelado. Quando eu estava recolhendo em uma caixa de papelão os cinco animaizinhos para sepulta-los eu notei que um deles abriu a boquinha, a Reine Deschrevel que estava ao meu lado também viu, enrolou o bichinho em uma fralda, levou este filhote ao forno micro-ondas por alguns segundos, salvando-lhe a vida.  Este cachorro ficou com nos e ganhou o nome de Mancha, porque ele era preto e tinha uma nódoa branca no pescoço. Para nós de casa, o Mancha era um cachorro muito dócil, inclusive era o dodói da Patrícia e do Leandro, mas para estranhos ele era muito violento, apesar de ser um cachorro de pequeno porte ele atropelava os cães maiores que apareciam pela redondeza, era visto a quilômetros longe de casa acompanhado corriola, sempre voltando para casa todo arrebentado de briga e cacetada que levava em suas aventuras, uma vez ele voltou envenenado, mas foi salvo pelo veterinário Dr. Dionísio Graboski, em uma ocasião eu tive que levar um funcionário da Sanepar para o hospital porque foi mordido pelo Mancha quando estava fazendo a leitura do consumo de água e em outras duas vezes eu tive que ir à delegacia prestar esclarecimento por ele ter mordido pessoas que subiram no muro de casa. No seu sexto ano de vida a Butuca pariu somente três filhotes, dois eram sadios, que doamos, e uma cadelinha que nasceu sem movimentos nas patas de traz, mas era muito simpática alegre e brincalhona demos o nome de Piroleta porque quando ela correia para nos receber ela fazia um movimento todo estrambalhado devido o seu problema físico. Quando a Piroleta tinha apenas três meses ela desapareceu sem termos mais noticia sobre ela, ficando em casa apenas a butuca, pois o mancha já tinha morrido intoxicado de alguma coisa que ele comeu em suas andanças. Passados mais de quatro meses do seu sumiço eu estava dirigindo por uma das ruas no centro de Araucária, bem pertinho de nossa casa e a avistei a uns vinte metros de distancia, parei e a chamei pelo nome, quando ela ouviu minha voz, veio correndo como podia e pulou em mim, fazendo uma gritaria e urinando por todo o carro de tanta alegria. Para a alegria de todo nos, quando a Piroleta voltou para casa descobrimos que ela estava nas mesmas condições da Butuca, ambas estavam prenhes. Para mais coincidência ainda, as duas entraram em trabalho de parto no mesmo dia e na mesma hora. A Patrícia ficou na lavanderia atendendo a Piroleta que pariu sete filhotinhos e eu fui à garagem cuidar da Butuca que aparentava não estar bem devido estar passando por uma situação dessas na sua idade, e ainda acabou parindo um natimorto. Quando eu notei que a Butuca estava inquieta (talvez por não sentir sua cria tentar mamar), tomei cuidado para nenhuma perceber, peguei o único filhote marrom da Piroleta e troquei pelo natimorto da Butuca, assim as duas amamentaram os filhotes ate crescerem o suficiente para serem doados. Desta vez nos ficamos com o machinho marrom que era filho da Piroleta, mas que mamou na vó Butuca e lhe demos o nome de Chocolate devido a sua cor. Para nossa tristeza quatro anos depois a Piroleta adoeceu, eu e Leandro levamos ela pela madrugada a uma clinica veterinária onde foi diagnosticado um problema irreversível causado por uma infecção virótica, apesar de ter tomado todas as vacinas. Mais algum tempo depois, por problemas decorrentes da velhice a Butuca também nos deixou. O Chocolate estava sozinho ate que certo dia quando eu estava chegando a casa, encontrei uma cadela amarela dourado com a pata presa no portão de entrada, com muita dificuldade consegui tira-la daquela situação incomoda, pois ela debatia-se e gritava bastante, mas não tentava me morder, levei-a para dentro de casa, fiz curativo em suas patas que sofreram escoriações, a coloquei para dormir na garagem com água e comida. A partir deste dia esta cachorra ficou em casa, mas não se deixava pegar, era muito arrisca (talvez seu antigo dono a maltratava), só nos seguia de longe e não comia se tivéssemos por perto. Em frente a nossa casa tinha uma loja de presentes da Rita Franciosi, onde seu filho Fernando costumava ficar sentado na porta depois que chegava do colégio e ele era o único que conseguia chegar perto deste animal para lhe passar a mão na cabeça. O tempo foi passando e o Fernando já a dominava, também ela demonstrava gostar do Feliz eletricista e do Hélio queijeiro que eram dois amigos e quando eles estavam na lanchonete do Sokulski compravam bolinhos de carne para ela quando estava por perto. Depois que ela aceitou a amizade de todos nos de casa ela tornou-se a companheira inseparável do Chocolate e nos a chamávamos de Tchuca. Depois que eu mudei para casa em que estou morando atualmente eu tinha que abrir o portão para eles darem uma voltinha pela rua, pois este costume eles sempre tiveram porque na casa anterior os portões estavam sempre abertos por ser prédio de residência e comercial, quando o S.R. André saia de casa para fazer suas caminhadas e ir aos bancos todos eles o acompanhavam, como naquela época não existiam portas giratórias nestes estabelecimentos então a Butuca entrava com ele e ficava sentada ao seu lado enquanto ele conversava com o gerente, a cadela só deixou de entrar nos estabelecimentos após um dia, na Caixa Econômica, quando ela foi cheirar uma tomada de energia elétrica no chão e acabou levando um choque no focinho. Em 2000, quando levei ambos para tomarem vacina antirrábica no posto da Secretaria de Agricultura o veterinário mandou suspender a injeção de hormônio que era aplicado na Tchuca para inibir o cio, porque na idade que ela estava (mais ou menos 10 anos) não havia mais necessidade de tomar este cuidado e a partir dê ela começou apresentar sintomas de falsa gravidez. No dia 24 de Dezembro de 2006, quando eu estava saindo de casa para ir almoçar na casa do Leandro, notei que a Tchuca não estava bem, estava muito inquieta e aparentando que tinha dor, voltei do almoço para ver se era necessário leva-la ao veterinário fazer uma consulta, mas para minha surpresa a encontrei parindo um filhote que estava sendo afogado pelo cordão umbilical porque seus dentes não mais ajudavam a cortar, com o auxilio de uma tesoura liberei a cria do cordão e a coloque junto à sua mãe enquanto esta comia sua própria placenta. A esta única cachorrinha que nasceu neste dia eu dei o nome de Natalina porque estávamos na véspera do Natal. Alguns dias depois veio a DRª Viviane Luczyszn para examinar mãe, filha e também o Chocolate, estavam todos bem de saúde, somente foram receitadas as vacinas que se fazia necessário. Alguns meses depois a Natalina foi morar em Curitiba com a Patrícia que já tinha um cachorrinho chamado Fox, e logo em seguida ela voltou morar comigo porque a Patrícia estava de mudança para a Alemanha e levaria somente o Fox.  No dia 17 de maio de 2008, faltando apenas um mês para completar 17 anos de vida, morreu o Chocolate por deficiência respiratória grave. No final de 2008 foi diagnosticado um câncer na Tchuca que viveu ate o dia 27 de Fevereiro de 2009. Quando a Natalina voltou morar aqui em casa, era ainda bem nova e ao sair para a rua, um vizinho começou a soltar foguetes para comemorar alguma coisa e ela assustou-se, voltou correndo, parou no portão para ver oque estava acontecendo e nesse momento o vento derrubou uma caixa plástica de lixo que estava vazia em cima do muro acertando a cachorra em cheio, depois deste outro susto ela não sai mais para a rua mesmo que o portão esteja aberto.
Abaixo algumas fotos de nossos Pets:


 Nesta ninhada que nasceu a Butuca, filha da Pedrita.

Butuca na idade adulta.
Mancha, filho da Butuca, sempre me acompanhava nas pescarias.
Piroleta, filha da Butuca e seu filho Chocolate
Chocolate
Tchuca, a companheira do Chocolate.

Natalina, com algumas semanas de vida, no colo da Patrícia.
Natalina, quando estava morando com a Patrícia.
Natalina, hoje está com a cabeça amarela igual a Tchuca.
Fox, Pet da Patrícia.
Charlote, bem novinha, Pet do Leandro, Eugenia, e Lorraine.
Charlote, atualmente morando em Hong Kong.




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