Nesta foto de 1952 em que estão meus pais, também aparece a
antiga Capela Santo Antônio de Pádua, no bairro Estação de Araucária onde eu
nasci. Ela foi construída em um terreno doado pela Senhora Eufruzina Tirka,
também moradora do bairro. Quando eu ainda era criança, minha mãe, esmerada
católica, devota de Santo Antônio fazia com que eu fosse a todas as novenas que
antecedia as festa de Santo Antônio no mês de Junho, e a de Santa Terezinha, no
mês de Outubro. O que eu mais admirava nesta igreja, era a pintura que existia
na sua parede interna que representava os episódios da Via Sacra percorrida por
Jesus Cristo. Eu sempre procurava me assentar nos bancos do meio para ter
ângulo e poder apreciar aquelas maravilhosos desenhos de Jesus carregando a
cruz, dos centuriões romanos vestindo a saga e o elmo, das árvores de cedro, dos
animais, a bela imagem de Nossa Senhora tão bem delineada pelo artista, que eu
nunca soube quem foi, mas ate hoje eu guardo aquelas representações na minha
memoria. Certo dia quando terminou a novena, alguém me avisou que era para eu
ir ate a sacristia porque o padre queria falar comigo. Fiquei todo feliz porque
eu achava que ia ganhar santinhos, mas na verdade o padre me passou um “sabão”
porque eu prestava pouca atenção no que o sacerdote falava e ficava olhando as
gravuras na parede. Nas próximas vezes eu prestava atenção no sermão, mas com o
canto do olho nas pinturas. Nas quermesses que aconteciam nesta capela vinha
visitante de todo o município de Araucária e cidades vizinhas para depois da
Santa Missa degustar o famoso churrasco preparado pelos Luczyszyn, galinhas
recheadas, bolos e salgados preparados pelas Senhoras da comunidade, bebidas da
Brahma fornecida pela SR Djalma Fruet, e da Antártica fornecida pelo SR
Delosmar Fruet. Além do leilão de prendas existia o jogo de argolas, o
coelhinho da sorte, o cavalinho numerado, pescaria de surpresas e outras mais.
As chamadas fitinhas que eram feitas de pequenos pedaços de fitas coloridas
presas em um alfinete de cabeça eram colocados nas golas de camisas ou lapelas
de paletós dos festeiros, normalmente por duas moças mais bonitas da
comunidade, que em troca recebiam algum dinheiro destinado à capela. Nos dias
de festa, ainda de madrugada era feita uma salva de tiros de morteiros para
estimular o pessoal a comparecerem no evento. Em certo período eu morei em um
lote que fazia fundos com o terreno da capela. Naquela época o presidente da
comissão da igreja era o SR Emídio Fontana, que em todos os Sábados ia cortar a grama do enorme terreno que fazia
parte do pátio e deixava o alto falante ligado tocando as musica do Padre
Zezinho. Era muito confortante ouvir aquelas canções. No final de 1970 eu mudei
para o centro de Araucária e algum tempo depois eu fiquei sabendo que demoliram
a antiga capela e construíram um prédio novo no lugar desta. Foi uma pena não
terem preservado aquele velho templo,
pois o terreno era grande o suficiente para construir outro.
A ultima, minha mãe Leocádia Jasiocha, minha madrinha Bronislava Wachowicz, Lídia Marano e sua filha Geni em uma foto tirada no pátio da capela. |
Nesta foto aérea da para se observar a capela (nº 5) e seu terreno que ia além das casinhas à direita. Eu morei na casa (nº4) que fazia fundos com o terreno da igreja. |
A atual Capela Santo Antônio de Pádua, construída no lugar da antiga. |
No fundo desta foto que foi tirada em 1952 aparece a cerca viva de cedrinhos que foi substituída pelo muro de material na foto abaixo. |
Senhora Eufruzina Tyrka, que doou o terreno para a construção da capela. |
Nasci e fui criado neste bairro. Fiz a primeira comunhão na Antiga Capela de Santo Antonio que realmente era muito linda no seu interior. Comi muita ameixa na casa da Dona Fruzina. Muitas saudades.
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