MEU AVÔ ESTANISLAU SZARNECKI


Sobre meu avô materno Estanislau Szarnecki eu tenho poucas recordações e também sei muito pouco a seu respeito, pois o único documento que eu consegui foi uma Carteira Sanitária do Distrito de Araucária, onde consta que ele foi vacinado no dia 12 de janeiro de 1940 com 55 anos de idade, então somente sei que ele é de 1885, mas não sei o dia e mês de aniversário. Meu avô foi casado com Julia Jomeck tiveram nove filhos, sendo dois homens e sete mulheres, todos trabalhavam com agricultura em uma grande área de terra que eles possuíam no bairro costeira em Araucária, onde hoje está localizado o Condomínio Residencial Villagio Ferrara, na esquina das ruas Minas Geras e Alberto Lesniowoski. Minha mãe contava que meu avô era um exímio caçador, e como parte de sua propriedade beirava o Rio Bariguí ele fazia várias armadilhas para caçar veados e capivaras que naquela época eram abundantes nas margens deste rio, a carne destas caças serviam para alimentar a família. Estas armadilhas ele fazia cavando um buraco no meio da mata com mais ou menos dois metros de fundura, fazia uma tampa com galhos finos e folhas, deixando bem no meio desta uma espiga de milho para atrair a caça que acabava caindo dentro do buraco. Outro tipo de engodo que ele usava, era um porungo com pequenos furos em sua base e aberto na parte de cima, colocava sal de cozinha dentro e o pendurava em um lugar estratégico, perto de uma arvore que ele pudesse subir para ficar esperando e atirar a caça quando vinha lamber as gotas de agua salgada que caia do porungo quando recebia o sereno da noite fazendo o sal derreter lentamente.  Eu lembro quando eu era muito pequeno e íamos visitar meu avô, antes de retornarmos para nossa casa que ficava no Bairro Estação, ele carregava sua velha espingarda pica-pau e atirava nos pombos sentados em cima da casa que era coberta com tabuinhas, sempre abatia de três a quatro aves com apenas um tiro, e nos dava estes pombos para levarmos, mas eu nunca comia porque tinha pena dos bichinhos. Ainda minha mãe contava, que uma vez por mês eles carregavam a carroça com lenha cortada para consumir em fogão, levavam até Curitiba para atender seus fregueses que também compravam ovos, galinha, produtos da roça e o excedente de toucinho defumado. Normalmente voltavam com pouco dinheiro ou mesmo sem, pois, gastavam para comprar alguns mantimentos, roupa, querosene e alguns litros de aguardente que meu avô gostava de tomar antes das refeições. O tempo foi passando, as filhas foram casando, mudando para suas novas residências, somente ficou nesta propriedade morando com meus avós o filho mais velho, que era o tio Pedro. No dia 30 de junho de 1952, dois dias depois que eu completei cinco anos de idade, veio a triste notícia que meu avô, quando voltava de uma festa na localidade de Caximba, à noite, ao atravessar a ponte sobre o Rio Bariguí caiu dentro da agua, conseguiu agarrar-se em alguns galhos nas margens, mas como era inverno, estava muito frio ele morreu de hipotermia. Acho que foi um pouco deste avô que herdei a vontade de caçar e pescar.
Uma espingarda "pica -pau" igual a esta que meu avô tinha para fazer suas caçadas.
Filhas do meu avô Esq. p/ Dir. - Francisca, Ana, Maria, Helena, Leocádia, Marta(nora) e Rosa.

Condomínio Residencial Villagio Ferrera, esquina das ruas Minas Gerais e Alberto Lesniowoski. A casa do meu avô ficava mais ou menos onde tem um caminhão estacionado.






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